Polícia avalia pedir exumação de ex-companheiro de mulher morta com baião de dois envenenado no Piauí
10/01/2025
(Foto: Reprodução) Relatos de que o homem sentia náuseas e vomitava antes de morrer, além da morte ter acontecido há cerca de um ano, levam a Polícia Civil a acreditar que ele também possa ter sido vítima de envenenamento. Exumação de corpo de ex-companheiro de mulher envenenada pode ser pedida pela polícia
A Polícia Civil do Piauí afirmou, nesta sexta-feira (10), que avalia pedir exumação de ex-companheiro de Francisca Maria da Silva, que morreu após ingerir baião de dois envenenado, no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, litoral do Piauí.
O diretor-geral do Departamento de Polícia Científica (Depoc), Antônio Nunes, afirmou que relatos de que o homem sentia náuseas e vomitava antes de morrer, além da morte de acontecido há cerca de um ano, levam a Polícia Civil a acreditar que ele também possa ter sido vítima de envenenamento.
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"Essa possibilidade existe porque temos mortes em série, claramente há um 'serial killer' e temos um método, uma assinatura, que é o tipo de veneno (o mesmo), na comida. Isso pode ter se repetido também em alguma outra situação, pregressa ou próximo dessas", disse diretor-geral do Depoc.
"Tem essa morte [do ex-companheiro], em que ele teve náuseas e vômitos. Vamos estudar se houve mais sintomas, o que as testemunhas disseram no período. Vamos verificar o tempo em que ele está enterrado para ver se é viável encontrar alguma coisa", completou Antônio Nunes.
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Após as verificações, o diretor-geral do Depoc afirmou que pode orientar o Ministério Público e o delegado a requisitar a exumação ou não.
Em agosto, dois meninos da mesma família, de 7 e 8 anos de idade, morreram depois de comerem cajus também envenenados. A polícia, no entanto, até o momento, não vê relação com o episódio do dia 1º de janeiro. Uma vizinha que tinha dado o caju para as crianças está presa por homicídio duplamente qualificado.
Entenda os motivos que levaram à prisão de padrasto
Francisco de Assis Pereira da Costa é, segundo a Polícia Civil do Piauí, o principal suspeito de envenenar a família da sua esposa em Parnaíba, no litoral do estado. Quatro pessoas morreram e outras cinco, incluindo ele, foram hospitalizadas. Entenda os motivos que levaram à prisão temporária dele.
O veneno foi encontrado no arroz baião de dois consumido por pelo menos nove membros da família no almoço do dia 1º de janeiro. As vítimas começaram a sentir os efeitos do veneno terbufós, conforme apontado por laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), após essa refeição.
O produto químico é altamente tóxico, usado em pesticidas e na composição do chumbinho. A venda dele é proibida no Brasil. Ao ser consumido por humanos, ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos.
O veneno causa tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição à substância podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte. Veja, abaixo, quem ingeriu o alimento:
Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) - morto;
Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto;
Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) - morta;
Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel) - morta;
Uma menina de quatro anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) - internada em Teresina;
Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) - recebeu alta;
Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha) - recebeu alta;
Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - recebeu alta.
Montagem mostra Francisca Maria da Silva, a filha Lauane da Silva, o filho Igno Davi da Silva, e o irmão Manoel Leandro da Silva
Montagem/g1
Investigação em andamento
A polícia ressaltou que a investigação ainda está em andamento. "Não estamos dizendo que ele é o culpado, que ele cometeu o crime. É provável que ele seja, mas não se deve antecipar o julgamento", pontuou o delegado Williams Pinheiro.
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